
Diác. Eduardo Wanderley
Paróquia de São Camilo de Léllis - Lagoa Nova - Natal
Em 2018 escrevi um artigo motivado pelo resgate histórico de 12 adolescentes e seu treinador num complexo de cavernas na Tailândia. Sete anos se passaram e vivemos ainda as mesma condições de esconderijo de nossos males interiores. Pensei em atualizar o texto, mas ele é tão atual quanto na data da escrita. Vamos revisitá-lo?
Depois de dias sem comer, sem luz, em condições extremas para a vida humana, 13 jovens foram resgatados de um complexo de cavernas na Tailândia. Louvado seja Deus!
Mas isso tudo me faz refletir sobre nossas cavernas. Sobre aquele espaço sem luz que teima em permanecer em nossos corações. É para lá que tantas vezes nós vamos quando há uma enxurrada em nossas vidas. Esse espaço escuro pode mesmo nos levar a óbito. É preciso desmitificar, quebrar barreiras e preconceitos. Entender que se trata de uma doença. Sim, estou falando da depressão, a caverna de nossas vidas modernas.
Sim, existe saída! Ela pode ser mais fácil, como um simples túnel para saída, ou pode ser mais difícil, com necessidade de resgate pelos melhores especialistas. Não importa: tem saída. Quando vemos jovens próximos relatar suas vidas nas cavernas de seus corações, nos dá uma sensação de que temos de fazer algo. Temos de nos mobilizar numa grande corrente de promoção da VIDA! Seu valor intrínseco e extrínseco. Temos que quebrar a ideia reinante de um individualismo doentio. Se aqueles meninos da Tailândia não estivessem em grupo, teriam menos forças para enfrentar a inospitalidade do local.
Meus amigos, vamos ser coerentes. Vamos deixar nossos conceitos de lado e vamos procurar ajuda quando necessário. Deixemos que os mergulhadores (pastores de alma, psicólogos, psiquiatras, profissionais da saúde, remédios et cetera) cheguem em nossas cavernas. Eles levam luz, alimento, oxigênio para os aflitos. A salvação vem sempre de Deus, mas quem somos nós para dizer que Ele não use os profissionais e os pastores para nos ajudar? Quem somos nós para escolher o método, o material da cura?
Hoje, peço a Deus o discernimento para tantos irmãos, principalmente os mais jovens, para que se deixem tocar pelo amor de Deus através das pessoas.