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Setembro: Mês da Bíblia


Prezados leitores/as

Iniciamos, hoje, o mês de setembro, Mês da Bíblia. A Palavra de Deus nos acompanha no dia a dia da nossa caminhada. A proposta de reflexão para nossas comunidades no mês da Bíblia se baseia na Carta aos Efésios com a inspiração “Vestir-se da nova humanidade! (cf. Ef 4,24)”. O Mês da Bíblia surgiu em 1971, por ocasião do cinquentenário da Arquidiocese de Belo Horizonte, Minas Gerais. Foi levado adiante com a colaboração efetiva do Serviço de Animação Bíblica – Paulinas (SAB), até posteriormente ser assumido pela Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) e estender-se ao âmbito nacional.

A reflexão geral desse mês, mas não só, nos lembra um elemento essencial e fundamental de nossa fé: Deus nos fala, o nosso Deus é um Deus que fala, que entra em diálogo, que propõe para todos o seu Reino, Reino anunciado por Jesus, a Palavra encarnada. Na Exortação Apostólica Pós-sinodal Verbum Domini, o Papa Bento XVI apresentou esse ensinamento: “Por isso, é necessário descobrir cada vez mais a urgência e a beleza de anunciar a Palavra para a vinda do Reino de Deus, que o próprio Cristo pregou. Neste sentido, renovamos a consciência – tão familiar aos Padres da Igreja – de que o anúncio da Palavra tem como conteúdo o Reino de Deus (cf. Mc 1, 14-15), sendo este a própria pessoa de Jesus (o Autobasileia), como sugestivamente lembra Orígenes. O Senhor oferece a salvação aos homens de cada época. Todos nós nos damos conta de quão necessário é que a luz de Cristo ilumine cada âmbito da humanidade: a família, a escola, a cultura, o trabalho, o tempo livre e os outros sectores da vida social. Não se trata de anunciar uma palavra anestesiante, mas desinstaladora, que chama à conversão, que torna acessível o encontro com Ele, através do qual floresce uma humanidade nova” (n. 93). Com a palavra, Deus realiza essa nova humanidade.

A Igreja nos convida a reforçar nossa atenção à Palavra de Deus. De fato, a PALAVRA é um pilar da nossa ação pastoral, como nos afirma o documento Diretrizes gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. Ela, a Palavra, é a manifestação e a comunicação de Deus, através do seu Filho Jesus Cristo e do seu Espírito. Somos, portanto, os destinatários da Palavra, existimos para ouvir a Palavra. Já é do conhecimento e parte fundamental da nossa formação, o entendimento de que a Palavra não se restringe ao texto, à letra, mas indica Alguém, uma Pessoa que se comunica a nós, estabelecendo uma relação.

A Igreja afirma a sua fé na ação reveladora de Deus, quando declara: “Aprouve a Deus. na sua bondade e sabedoria, revelar-se a Si mesmo e dar a conhecer o mistério da sua vontade (cf. Ef 1,9), segundo o qual os homens, por meio de Cristo, Verbo encarnado, têm acesso ao Pai no Espírito Santo e se tornam participantes da natureza divina (cfr. Ef 2,18; 2Pd 1,4). Em virtude desta revelação, Deus invisível (cf. Cl 1,15; 1Tm 1,17), na riqueza do seu amor fala aos homens como amigos (cf. Ex 33, 11; Jo 15,14-15) e convive com eles (cf. Br 3,38), para os convidar e admitir à comunhão com Ele” (CONCÍLIO VATICANO II. Constituição dogmática sobre a Revelação Divina, Dei Verbum, n. 2).

Vivamos esse mês com intensidade e dedicação à Palavra. O Mês da Bíblia possa animar, cada vez mais, as nossas comunidades naquilo que é essencial para a nossa fé: o encontro com Jesus Cristo, encontro que nos faz revestir-nos da nova humanidade, aquela assumida por Ele, na Encarnação, glorificada na Ressurreição, assumida por Ele para fazer-nos participantes de sua divindade.


Dom Jaime Vieira Rocha

Administrador apostólico da Arquidiocese de Natal


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